quarta-feira, 11 de junho de 2008

“Por que usar o computador na educação?” Por que utilizar este instrumento no processo de ensino e de aprendizagem?

Estes são alguns questionamentos que nos fazemos, observando e analisando as diferentes realidades vivenciadas. O que adianta ter um laboratório equipado se os profissionais responsáveis não estão preparados ou não estão atendendo as expectativas dos demais professores e alunos? Ou ainda, de que maneira aquela escola pública com computadores defasados e profissionais sem prática e/ou conhecimento podem auxiliar o aluno na sua construção de conhecimento? Alguns aspectos relevantes destacados na nossa prática.
É preocupante, ainda nos depararmos com situações deste tipo, nesta nova sociedade em que estamos emergidos, onde o sujeito deve ser crítico, pensar e agir segundo seus preceitos, aprender a aprender, trabalhar coletiva e cooperativamente, este sujeito e deve ter uma visão ampla da sua realidade e saber detectar problemas e ter a iniciativa de resolvê-los e para esta resolução de problemas o computador entra como um recurso para ajudar o sujeito na sua prática, assim “aprender um determinado assunto deve ser o produto de um processo de construção de conhecimento realizado pelo aprendiz e por intermédio do desenvolvimento de projetos que usam o computador como uma fonte de informação ou recurso para resolver problemas significativos para o aprendiz” (Valente, 1999, p. 83); por isso é que precisamos de uma tecnologia na educação, não para a educação, uma tecnologia como meio de aprendizagem, não basta saber como usar é preciso tirar proveito deste recurso, é preciso usar a tecnologia para auxiliar no processo de construção do conhecimento, pois “ o aprender com a tecnologia parte do pressuposto de que o aluno é um sujeito ativo, e que para que exista aprendizagem é necessário o pensar e a reflexão do aluno sobre o próprio processo. Para Jonassen (1999) o pensamento mediatiza a aprendizagem, e esta se origina do pensamento” (Passerino, 2001, p,171), esta aprendizagem com tecnologia, tem base no construtivismo, onde o conhecimento é construídos pelo sujeito e não transmitido, por isso é que nossas escolas necessitam de profissionais capacitados, formados para serem mediadores do processo aluno – tecnologia – informação – conhecimento, as tecnologias aplicadas à educação devem ter como função principal serem ferramentas intelectuais que permitam aos alunos construir significados e representações próprias do mundo de maneira individual e coletiva.
É preciso criar ambientes educacionais em nossas escolas, é necessário um ambiente estimulador, desafiador, não meramente “exercitador” dos conhecimentos já adquiridos, mas que possa dar continuidade nas aprendizagens, na construção do conhecimento e que o computador seja um meio de, uma ferramenta para auxiliar este processo, pois “o uso da informática no ensino deve promover a criação de ambientes educacionais de tal forma que o computador seja utilizado como ferramenta que permita a interação entre o aluno, o professor e o conteúdo a ser ensinado.” (Belan, Nery, Araújo, 2006, p. 88)

Referências Bibliográficas:

BELAN, P. A.; NERY, E. P.; ARAÙJO, S. A. de. Software para auxílio à pré-alfabetização infantil baseado em reconhecimento inteligente de caracteres manuscritos. Exacta, SãoPaulo, v.4, n.1, p. 87-93, jan./jun. 2006. http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/810/81040108.pdf

Roman, Eurilda Dias Org. Steyer, Vivian Edite Org.A CRIANÇA de 0 a 6 anos e a educação infantil : um retrato multifacetado..In: Passerino, Liliana Maria. Informática na educação infantil: perspectivas e possibilidades. Canoas: ULBRA, 2001. p. 169-181.

Valente, José A. (Org). O computador na sociedade do conhecimento. In: Valente, José A. Análise dos diferentes tipos de softwares usados na Educação. Campinas, SP. UNICAMP/NIED, 1999. p. 71-85. http://www.ulbra.tche.br/~magda/edumat/aswvalente.pdf

Interação adulto-computador-criança

Partindo da mediação adulto-computador-criança, onde o papel do professor é mediar as ações que ocorrerão do contato da criança com o computador, é possível observar a importância que o preparo do professor imprime nesta ação, pois não basta apenas a criança interagir com o computador é preciso estimulá-la para que vá além e construa conhecimento a partir das informações recebidas, assim “cabe ao professor interagir com o aluno e criar condições para levá-lo ao nível da compreensão, como por exemplo, propor problemas para serem resolvidos e verificar se a resolução está correta. O professor, nesse caso, deve criar situações para o aluno manipular as informações recebidas, de modo que elas possam ser transformadas em conhecimento e esse conhecimento ser aplicado corretamente na resolução de problemas significativos para o aluno.” (Valente, 1999, p. 73)
Podemos evidenciar nesta fala, que o papel do professor é problematizar, criar situações, estratégias para que os alunos se apropriem das informações, transformando-as em conhecimento, e estes serem aplicados para resolver problemas significativos para os educandos, porém o que observamos nas aulas de informática é que os alunos apenas brincam, jogam apenas, interagem com a máquina e o professor exerce a função de “tira dúvidas” e “corrige erros”, as “situações de aprendizagem” que propõem as crianças são jogos mais difíceis, denominando-os como desafios, os quais não passam de uma versão mais elaborada do jogo que estavam jogando, que aprendizagem estão tendo? Que conhecimento estão construindo? É preciso das continuidade as aprendizagens, não exercitar apenas, “o mecanismo de construção de conhecimento [...] pressupõe o princípio da continuidade – um novo conhecimento deve estar relacionado com o que já se conhece. Aprender significa enriquecer as estruturas por meio da adição de novos conhecimento (acomodação-assimilação piagetiana) ou da reorganização das estruturas (por meio do pensar, do refletir)” (Valente, 1999, p. 71)
Para Piaget, a criança se desenvolve através da interação, segundo ele o desenvolvimento é adaptação, adaptação ao novo, o equilíbrio entre o antigo e o novo, através das perturbações que o ambiente apresenta, “ o mecanismo de interação da criança com o ambiente é constituido por um movimento em espiral ascendente, cujos pólos são a assimilação e a acomodação. A assimilação é incorporação da realidade exterior [...]. A acomodação é a mudança que se realiza nestes esquemas de ação já construídos pelo sujeito, para ajustá-lo aos novos dados do meio”(Carvalho; Guimarães, 2002, p. 42); Piaget descreve então que a criança reestrutura seu mundo, suas percepções através das desestruturações ocorridas pela acomodação e as incorporações novas feitas pela assimilação, mas Piaget apesar de acreditar na interação sujeito-objeto, também defende que a criança precisa do adulto para crescer, se desenvolver, assim também como Montessori, segundo Marli Möller, “ para ambos a criança precisa conviver com adultos que a amem, protejam-na e ofereçam oportunidades variadas e sadias para que, possa desenvolver suas potencialidade e construir a si mesma. Como é a própria criança que deve construir sua inteligência e sua personalidade, o adulto não deve fazer coisas pela criança, pois assim a priva da experiência que via gerar novas estruturas.”(Möller, 1991, p. 13)
Por isso que o preparo do professor e suas práticas pedagógicas são tão importantes, seja na área da informática ou em qualquer outra área do conhecimento, o professor deve estar comprometido com seus alunos, com seus objetivos educacionais, orientar os trabalhos, criar situações de problematização para a construção do conhecimento dos seus, por tais motivos o educador deve conhecer seus instrumentos de trabalho e se apropriar deles para auxiliar no processo de ensino e de aprendizagem, então “ o professor necessita ser formado para assumir o papel de facilitador dessa construção de conhecimento e deixar de ser o ‘entregador’ da informação para o aprendiz. Isso significa ser formado tanto no aspecto computacional, de domínio do computador e dos diferentes softwares, quanto no aspecto da integração do computador nas atividades curriculares.” (Valente, 1999, p.84)

Bibliografia:
Carvalho, Alysson; Guimarães, Marília; Salles, Fátima. Desenvolvimento e aprendizagem. In: Carvalho, Alysson; Guimarães, Fátima. Desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos. Belo Horizonte. Editora UFMG; Proex – UFMG, 2002, p. 31-49.

Estudos Leopoldenses, vol. 27, nº 124, setembro/outubro, 1991, p. 5-18. Möller, Marli. Tema: O período de zero a seis anos , segundo Montessori e Piaget.

Valente, José A. (Org). O computador na sociedade do conhecimento. In: Valente, José A. Análise dos diferentes tipos de softwares usados na Educação. Campinas, SP. UNICAMP/NIED, 1999. p. 71-85. http://www.ulbra.tche.br/~magda/edumat/aswvalente.pdf

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Quando deve iniciar o contato da criança com o computador? Como deve ser este momento?

De acordo com as leituras, as observações e entrevistas realizadas ao longo do projeto, pôde-se observar que a interação da criança com o computador deve ocorrer quando esta despertar seu interesse pelo instrumento e puder compreender o seu funcionamento básico (mouse-seta), mas que antes deste contato a criança deve ter tido atividades mais concretas para exercício de concentração, atenção e coordenação, por exemplo, para articular movimento e atenção simultaneamente, como é preciso no manuseio com o computador. Podemos evidenciar esta explicação na entrevista feita com o professor da escola particular do município de Campo Bom, assim também como a faixa etária que a criança deve iniciar o contato com o instrumento informatizado, ele acredita que crianças a partir de 2/3 anos possam ter contato com o computador desde que este contato seja mediado por pais e/ou professores e que seu tempo deve ser moderado, segundo Alberto Filho (2008) "o software infantil pode ter seu espaço em casa, se for usado com sabedoria (...) 10 ou 15 minutos a cada vez", enfatizando a importância do tempo limitado e da idade inicial quando fala "mesmo crianças na faixa entre 2 e 3 anos, podem ser prejudicadas, pois deixarão de exercer atividades normais, essenciais para seu crescimento físico e emocional, e poderão desenvolver além de doenças próprias do stress adulto, dificuldades para relacionar-se com outras pessoas, e indiferença com as coisas do mundo real", ainda, "não cometa o erro de empurrar o computador em cima de uma criança que esteja fora da faixa etária permitida, quer dizer, menores de 2 anos de idade. Assim mesmo, use apenas softwares específicos e claramente voltados para esse público. Não se deve esquecer, que sendo apenas um brinquedo, as atividades serão por tempo limitado, e deverão ser monitorados pelos responsáveis (...)", teorizando assim o fala do professor quando diz que o contato da crianças com o computador deve ser mediado pelo adulto, e seu tempo controlado, para que não deixe de exercer outras atividades importantes para seu desenvolvimento.

Entramos aí num campo fértil de discussões, as interações que ocorrem no universo informatizado, das aulas de informática, no qual podemos problematizar vários aspectos como: o preparo do professor; as práticas pedagógicas; o papel do computador na construção do conhecimento; a ação da criança sobre o computador e acima de tudo, qual é o papel da tecnologia na educação.


Referências Bibliográficas:
http://sitededicas.uol.com.br/artigo2.htm - revisado por Alberto Filho ( Fevereiro/2008)

domingo, 8 de junho de 2008

Pesquisa e entrevista


PESQUISA

Realizei minha pesquisa em uma Escola da Rede Municipal de São Leopoldo.
As informações foram obtidas através da professora responsável pelas aulas de informática, a mesma tem Pós-graduação na área de informática.
Por questões financeiras e de espaço físico o tempo dispensado para que ocorram às aulas de informática é bem restrito.
A escola possui 6 computadores antigos, estavam para receber mais 4 novos.
As aulas do 1°ano à 4ª série, acontecem uma vez por semana durante 30’ e as aulas de 5ª à 7ª série são agendadas e este tempo é dedicado para que os alunos façam pesquisas referentes às outras disciplinas. As turmas que tem um número maior de alunos são divididas, uma parte dos alunos fica na informática e outra em projetos não referentes à informática.
Quanto aos professores, o município não exige formação na área de informática, bastam os mesmos apresentem interesse pelas aulas.
Nem todos os professores estão comprometidos com as aulas de informática, alguns lutam contra não cedendo espaço na suas disciplinas para que os alunos participem.
O objetivo pedagógico da aula de informática é fazer com que o computador seja uma ferramenta que auxilie no aprendizado através da alfabetização digital, desenvolvida através de projetos.
Quanto aos softwares utilizados: enciclopédia Encarta, Coleção criança 2- História, Matemática e Raciocínio, As Caça-Pistas e outro baixado pela internet
De acordo com a professora os alunos despertam mais interesses pelos softwares que apresentam desafios, exigem raciocínio e principalmente os softwares de jogos.
Fazer análise se um software é educativo ou não, requer muito conhecimento, tanto na parte da informática como no que diz respeito à pedagogia, no meu ponto de vista é uma tarefa difícil. Acredito que esta análise deverá ser feita pelo professor que, deve levar em consideração seus objetivos pedagógicos e a faixa etária das crianças envolvidas no processo de aprendizagem.
Durante a minha pesquisa observei algumas crianças e percebi o quanto para elas é importante o contato com a tecnologia, para a grande maioria representa um momento único, onde elas podem aprender brincando através do computador que é uma aquisição tão distante dentro de suas realidades.


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Entrevista

Entrevista com um profissional da área de informática
Professora: Rede Municipal de São Leopoldo
Turmas atendidas: Educação Infantil a 5ª série
Formação: Pedagogia – em curso

Em que consiste a sua metodologia de trabalho?
A metodologia de trabalho no EVAM (Espaço Virtual de Aprendizagem e Multimídia) consiste diretamente no mecanismo ação: fazer para aprender. Só com o manuseio dos recursos oferecidos, o aluno consegue se apropriar das funções do computador.

Qual a sua opinião sobre quando se deve iniciar o contato da criança com o computador? Em que idade? Por quê?
Penso que podemos iniciar o contato da criança com o computador, no momento em que apresentamos a ela esse recurso e a mesma demonstra interesse. Pode ser através de uma música, ao contar uma história (não necessariamente no manuseio do mesmo). Como toda aprendizagem é necessário que haja interesse por parte da criança.

Quais os softwares mais usados nas aulas de informática para a educação infantil e séries iniciais? Quais os critérios avaliados para o seu uso? São levados em consideração: a faixa-etária dos alunos, seus conteúdos, preferência dos alunos? O que eles, os softwares, devem oferecer?
A proposta do EVAM é dar continuidade aos trabalhos realizados em sala de aula, portanto os softwares devem oferecer adequação aos conteúdos trabalhados nas séries iniciais. Quanto a Educação Infantil priorizamos a coordenação motora incentivando o domínio do mouse e, aos poucos, vamos adequando as atividades conforme o que vem sendo trabalhado em sala de aula, geralmente através de softwares educativos (memória, colorir, arrastar). Além dos softwares, utilizamos o Word e o paint.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Visão das crianças!!

imagem retirado do site www.corbis.com.br
Visita a uma escola de Educação Infantil particular de São Leopoldo.
Nesta escola há crianças de zero a seis anos, algumas turno integral, outras somente turno da tarde. Existe um laboratório de informática, onde tem quatro computadores, que podem ser utilizados pelos professores livremente, tanto para o uso pessoal, de consultas de materiais, quanto para levarem suas turmas e fazerem o trabalho que almejam. Não há professor especializado em informática, ou seja, não existe uma aula de informática, e as crianças raramente utilizam este espaço, não são levadas até ele.
Questionei algumas crianças na escola sobre o computador, a resposta foi unânime, gostam do computador, mas antes dele preferem ver um filme, ou brincar de casinha. Quando pergunto o que gostam de fazer no computador, todos responderam igual novamente, gostam de jogar.
Quando as crianças vão até a informática, jogam joguinhos em softwares infantis, como do "Winnie The Pooh" e "Coelho Sabido", ficando ali até cansarem. Porém não tem computadores para todos os alunos, devendo então dividir os computadores e alternarem a vez de jogar, o que muitas vezes despersa a criança, que fica logo cansada de estar lá, e não quer mais jogar, ou ocorrem algumas brigas, justamente pelo mesmo fato.
Não foi possível conversar com a orientadora pedagógica da escola, a mesma não se encontrava no horário da visita.